Ingredientes:
- 500g de ervilha verde partida.
- 2 cebolas grandes (picadas);
- 1 pimentão grande (picado);
- Alho a gosto;
- Pimenta do reino a gosto;
- 2 molhos de couve manteiga grandes;
- 1 molho de espinafre fresco (folhas);
- 150g de soja pedaçuda (previamente hidratada em água com sal);
- Temperos e ervas à vontade e a gosto.
Modo de Preparo:
- Ponha toda ervilha de molho em água à temperatura ambiente. Deixe por mais ou menos 2 horas;
- Enquanto isso escorra a soja e esprema bem. Corte em rodelinhas finas e refogue em azeite, com o alho e a cebola, quando começar a dourar, adicione alguns temperos, incluindo a pimenta do reino;
- Adicione o pimentão à soja e deixe dar uma murchada;
- Escorra a ervilha e lave. Levando em seguida ao fogo com bastante água. (1 litro ou mais dependendo do tamanho as sua panela e o tanto de convidados) Não tenha medo, pois a ervilha, não deixa ficar ralo o caldo.
- Perto de levantar fervura adicione o sal mexendo regularmente para não grudar no fundo;- Corte a couve em finas tirinhas e despedace o espinafre com as mãos mesmo;
- Quando a ervilha tiver dissolvido é hora de adicionar o refogado de soja, a couve e o espinafre.
- Mexa por alguns minutos e sirva quente.
Quem provou aprovou. Quase não deu tempo de fotografar...
***
Era uma vez um vegetariano. Que assim que decidiu se tornar vegan, sabia que as coisas não seriam tão simples, e que muito provavelmente estaria restringindo seus círculos sociais. Mas por outro melhor lado, aquilo lhe livraria de qualquer culpabilidade ideológica. E como todo vegetariano que se prese, começou a inventar receitas sem crueldade. E muitas davam bem certo. Mas não tinha com quem dividir tais peripécias culinárias. Certa noite chamou dois amigos, que provaram e aprovaram os sabores. E mesmo não sendo vegetarianos, gostaram muito das receitas dispostas com tanto esmero por ele.
Decidiu fazer uma reunião maior, para degustar com mais amigos outra receita, de feijoada, depois outra reunião com pizzas e massas, depois de um gigantesco yakssoba vegan. E sempre ficava horas na cozinha, enquanto na verdade, apesar de lhe agradar muito preparar aquilo tudo para os amigos, também queria estar com eles dividindo o vinho e a conversação que rolava na sala de estar.
E depois de uma dessas reuniões, qual ele ficou a tarde toda na cozinha e depois de todos comerem, beberem e conversarem foram embora sem que tivesse trocado nenhuma ideia sobre ideias vegans. Foi quando ele decidiu fazer uma reunião onde cada um levasse um prato sem sofrimento. Que fosse uma receita simples, barata e rápida. Que ninguém se prendesse no fogão.Assim surgiu a 1ª Festa VEGastrônomica. Que foi um sucesso total. Todos comeram e dividiram delícias feitas com carinho por cada um deles sem atrocidades. Ainda trocaram dicas, entre dança e alegria. Até ficarem tristes, muito tristes de tanto comer!
A 2ª Festa não poderia ser diferente. Alguns participantes convidaram amigos para dividirem o trabalho de receitas mais elaboradas. E sempre no intuito de mesmo que não fossem vegans, naquela ocasião tanto não pensariam em usar nada de origem animal, quanto instigaria a pensar nisso posteriormente. Lendo rótulos e selecionando as marcas mais indicadas de determinados produtos.
Eis que agora em setembro, surgiu à oportunidade de fazer algo ainda mais grandioso, e espalhar a ideia para mais pessoas. Que por dois dias, além de toda a ideia da Festa, ainda escutariam e tocariam música, dançariam e conviveriam mais proximamente. Houve inicialmente muitos desentendimentos quanto à ideia do evento, mas que com cada piada de pessoas mal intencionadas, iam refinando o convite e a proposta de ser uma Festa maior. E deu tudo certo! A festa foi linda. Com bate papo, bandas, algazarra na hora de comer, fartura de alimentos sem sofrimento, muita gente bonita e animada. Por aquele momento, o vegetariano que começou a expor suas singelas receitas viu e entendeu bem o que quer dizer a revolução do garfo! Que a revolução começa no prato... Por aquele momento, todos que estavam ali, sabiam bem porque estavam ali, e o que aquele convite tão restrito significava e por que. E a melhor parte de todas: uma semente foi plantada nos paladares, que mesmo inexperientes, passaram a acreditar na mesma ideia de revolução... Pequena, simples, saborosa, divertida e grandiosa. Pois tiveram a certeza que nada oriundo da tortura e do sofrimento é necessário pra se fazer uma boa festa.
Mais do que eu - o vegetariano da historia acima - todos os animais que não morreram nem foram torturados para essas festas agradecem. Amo todos vocês que me ajudaram e que hão de ajudar ainda mais nessa revolução!
Obrigado!